25 MAR 2018 - Cidade do Vaticano - Neste Domingo de Ramos (25), o Papa presidiu missa na Praça São Pedro diante de dezenas de milhares de pessoas. Antes, no centro da Praça, junto ao obelisco, Francisco abençoou os ramos e as oliveiras.

 

Neste frio do Domingo de primavera, dezenas de milhares participaram da missa presidida pelo Papa na Praça São Pedro. Francisco usou paramentos doados por refugiados do Paquistão. Foi feita a leitura do Evangelho de Marcos e no sagrado, a narração da Paixão de Cristo.

Jornada Mundial da Juventude
Grande parte dos fiéis eram jovens de Roma que aderiram à celebração diocesana da XXXIII Jornada Mundial da Juventude que teve o tema “Não tenhas medo, Maria! Encontraste graça junto a Deus” (Lc 1,30). Após a celebração da Eucaristia, antes da Benção Apostólica, foram entregues ao Papa as conclusões da Reunião pré-Sinodal realizada nesta semana no Vaticano em preparação ao Sínodo dos Bispos de outubro próximo sobre a Juventude.

Alegria e sofrimento
Em sua homilia, o Papa propôs uma reflexão evocando os sentimentos contrastantes de discípulos e fariseus quando Jesus entra em Jerusalém. “Nesta celebração, parecem cruzar-se histórias de alegria e sofrimento, de erros e sucessos que fazem parte da nossa vida diária como discípulos, porque consegue revelar sentimentos e contradições que hoje em dia, com frequência, aparecem também em nós, homens e mulheres deste tempo: capazes de amar muito... mas também de odiar (e muito!); capazes de sacrifícios heroicos mas também de saber ‘lavar-se as mãos’ no momento oportuno; capazes de fidelidade, mas também de grandes abandonos e traições”.

Nesta narração evangélica fica evidente que a alegria suscitada em alguns por Jesus é motivo de incômodo e irritação para outros. A alegria é a de tantos pecadores perdoados que reencontraram ousadia e esperança; e o desconforto é o daqueles que que se consideram justos e ‘fiéis’ à lei e aos preceitos rituais. “Como é difícil, para quem procura justificar-se e salvar-se a si mesmo, compreender a alegria e a festa da misericórdia de Deus! Como é difícil, para quantos confiam apenas nas suas próprias forças e se sentem superiores aos outros, poder compartilhar esta alegria! ”

O Papa lembrou o grito ‘Crucifica-O!’ emerso entre o povo: a voz de quem manipula a realidade criando uma versão favorável a si próprio e não tem problemas em ‘tramar’ os outros para ele mesmo se ver livre. O grito de quem não tem escrúpulos em procurar os meios para reforçar a sua posição e silenciar as vozes dissonantes”.

As intrigas da autossuficiência
É o grito de quem deseja defender a sua posição, desacreditando especialmente quem não se pode defender. É o grito produzido pelas ‘intrigas’ da autossuficiência, do orgulho e da soberba, que proclama sem problemas: “crucifica-O, crucifica-O!”. “É o grito que pretende cancelar a compaixão”.

Mas, ressaltou o Pontífice, perante todas estas vozes que gritam, o melhor antídoto é olhar a cruz de Cristo e deixar-se interpelar pelo seu último grito. Cristo morreu, gritando o seu amor por cada um de nós: por jovens e idosos, santos e pecadores, amor pelos do seu tempo e pelos do nosso tempo.

Alegria torna o jovem difícil de ser manipulado
No dia em que a Igreja, em cada diocese no mundo, celebra a sua Jornada da Juventude, o Papa se dirigiu diretamente aos jovens: “Queridos jovens, a alegria que Jesus suscita em vós é, para alguns, motivo de irritação, porque um jovem alegre é difícil de manipular".

“Calar os jovens é uma tentação que sempre existiu”. “Há muitas maneiras de tornar os jovens silenciosos e invisíveis; muitas maneiras de os anestesiar e adormecer para que não façam ‘barulho’, para que não se interroguem nem ponham em discussão. Há muitas maneiras de os fazer estar tranquilos, para que não se envolvam, e os seus sonhos percam altura tornando-se fantastiquices rasteiras, mesquinhas, tristes.

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