06 de JULHO 2020 - Neste mês de julho a Diocese de São José dos Pinhais convida todos nós a meditar a nossa responsabilidade e participação na comunidade Cristã através da partilha do Dízimo.

 


Estamos vivendo um tempo difícil com pandemia do Covid -19, nas dificuldades desse tempo a Igreja Católica continua presente e atuante na vida de cada um de nós, hoje temos novos desafios para enfrentarmos em comunidade.

Antes de tudo devemos acreditar na ação de Deus em nossas vidas, e reconhecer que somos filhos dele e que, se vivemos é pela graça e pelo amor que ele tem por cada um de nós. Reconhecer a grandeza desse amor do Pai, é saber conviver com o próximo, fazendo o bem, vivendo a fraternidade diariamente, comungando o mesmo objetivo da realização do seu Reino.

É o amor de Deus que nos impulsiona a partilhar nossos bens, integrando todo ser humano à mais profunda grandeza e experiência de ação de graças, através da nossa partilha do dízimo somos impulsionados pelo amor do Pai, vamos juntos assumir na nossa comunidade a corresponsabilidade na evangelização.

A forma concreta que o cristão tem de manifestar sua fé e amor à Deus e ao próximo, deve ser, preferencialmente, por meio do Dízimo, assim a Igreja se mantem em atividade, sustenta seus trabalhos de evangelização, realiza as obras de caridade e assistência aos menos favorecidos. Importante relembrar as quatro dimensões do dizimo:

A Dimensão Religiosa tem a ver com a relação do cristão com Deus. Contribuindo com parte de seus bens, o fiel cultiva e aprofunda sua relação com aquele de quem provém tudo o que ele é e tudo o que ele tem, e expressa, na gratidão, sua fé e sua conversão. Essa dimensão, tratando da relação com Deus, insere o Dízimo no âmbito da espiritualidade cristã. A partir da relação com Deus, a relação com os bens materiais e com seu correto uso, à luz da fé (Lc 12,15-21; 1Tm 6,17-19) ganha novo significado. A consciência do valor desses bens e, ao mesmo tempo, de sua transitoriedade, leva os fiéis, ao contribuírem com o Dízimo, à experiência de usar os bens materiais com liberdade e sem apego, buscando primeiro o Reino de Deus e a sua justiça (Mt 6,33).

A Dimensão Eclesial leva o fiel a vivenciar sua consciência de ser membro da Igreja, pela qual é corresponsável, na realização do culto divino e para o desenvolvimento de sua missão. Contribuindo com o Dízimo, cada fiel toma parte no empenho de todos e se abre para as necessidades de toda a Igreja, desde as paróquias e comunidades e a Igreja particular, ou seja, a Diocese, mantendo vivo o sentido de pertença a ela. Na prática, parcela significativa dos recursos obtidos através da contribuição do dízimo dos fiéis, são aplicados em tudo o que se refere às celebrações e à manutenção da Igreja (materiais diversos, luz, água, equipamentos de som e imagem), da catequese (recursos humanos e didáticos, formação e subsídios, espaço físico), da liturgia, tudo o que diz respeito ao culto divino (livros cálices, cibórios, vestes, hóstias, vinho, velas, toalhas, etc.). Igualmente, insere-se nestas Dimensões Religiosa e Eclesial do Dízimo a manutenção da casa paroquial, dos padres e funcionários da paróquia. Celebrar o culto a Deus é cumprir o primeiro e maior Mandamento da Lei de Deus: [...] amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu espírito e de todas as tuas forças (Mc 12,30).

Dimensão Missionária. O fiel, corresponsável por sua comunidade, toma consciência de que há muitas comunidades que não conseguem prover suas necessidades com os próprios recursos e que precisam da colaboração de outras. O Dízimo permite a partilha de recursos entre as paróquias de uma mesma Igreja particular e entre as Igrejas particulares, manifestando a comunhão que há entre elas. De fato, em cada Igreja particular, na comunhão com as demais, está presente e atua a una e única Igreja de Cristo. O Dízimo contribui para o aprofundamento da partilha e da comunhão de recursos em projetos como o das paróquias-irmãs e o do fundo eclesial de comunhão e partilha, no âmbito da Igreja particular; e nos projetos “Igrejas-irmãs” e “Comunhão e Partilha”, em âmbito nacional.

Dimensão Caritativa se manifesta no cuidado com os pobres, por parte da comunidade. Uma das características das primeiras comunidades cristãs era de que “entre eles ninguém passava necessidade”, pois tudo era distribuído conforme a necessidade de cada um (At 4,34-35). A atenção com os pobres e suas necessidades é uma característica da Igreja Apostólica. Ao reconhecerem a autenticidade do ministério de São Paulo, os apóstolos pediram que não se esquecesse dos pobres (Gl 2,10). “A opção preferencial pelos pobres está implicada na fé cristológica” e a caridade para com os pobres “é uma dimensão constitutiva da missão da Igreja e expressão irrenunciável da sua própria essência” (BENTO XVI, Encíclica Deus Caritas est, n. 25; FRANCISCO, Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, n. 48). Assim, com base na dimensão caritativa do Dízimo, ela deve dispor dos recursos que possibilitem proporcionar uma real promoção humana às pessoas empobrecidas e marginalizadas, isto é, não só socorrer nos momentos difíceis (ação social), mas capacitá-las através de um trabalho integral de promoção humana, para que possam viver com dignidade. Deve ser preocupação constante da Igreja, acolher Jesus na figura do órfão, da viúva, do migrante, do pobre, do desempregado, do marginalizado (Mt 25, 35-40). Portanto, a Igreja é chamada à prática da diakonia (serviço) da caridade também em nível comunitário, utilizando-se de uma organização articulada entre suas diversas equipes de pastoral. Demonstrar concretamente amor aos nossos irmãos, especialmente aos mais carentes: [...] amarás o teu próximo como a ti mesmo. É o segundo mandamento maior.

O Dízimo é o gesto de fé que se transforma em partilha e sustento comunitário. Quando a conversão acontece na vida do cristão a FÉ se transforma em vida e gera a partilha. Hoje não podemos realizar as nossas festas para arrecadação de fundos para nossas comunidades, por isso a Igreja depende da partilha solidária dos seus fiéis por meio do Dízimo, a fim de manter o culto divino, prover o sustento do seu clero, promover a ação pastoral e evangelizadora e para promover a caridade socorrendo os pobres. Obrigado dizimista pela tua partilha. Obrigado por amar a tua igreja, e o dízimo é a expressão desse amor.

Pe. Elves Allano Perrony
Assessor Diocesano