06 OUT 2021 - Outubro chega e com ele o mês missionário, época em que a Igreja convida a todo cristão a viver a missão e colaborar com as missões do mundo inteiro.

 

Esse ano o tema escolhido para o mês missionário é: Jesus Cristo é missão, cuja inspiração bíblica - “Não podemos deixar de falar sobre o que vimos e ouvimos” (At 4,20). Motivados pelas palavras do evangelista Lucas e pelo Papa Francisco, todo cristão é chamado a Missão, “Eu sou uma missão nesta terra, e para isso estou neste mundo” (Papa Francisco, Evangelii Gaudium, 273).

O mês missionário e o dia mundial das missões foram instituídos pelo Papa Pio XI em 1926, sendo, o penúltimo domingo de outubro, o Dia Mundial das Missões, onde se realiza a coleta. Nesse dia, a colaboração de cada cristão tem como finalidade a Evangelização, Animação e Cooperação Missionária. Dessa coleta, 80% são destinados a auxiliar atualmente 1.050 dioceses pobres nos “territórios de missão” e diversos projetos na África, Ásia, Oceania e América Latina. Os outros 20% são para a ação missionária no Brasil.

Ao falarmos de missão não podemos deixar de mencionar a força missionaria de São José, homem justo e obediente, cooperou maciçamente para a missão de anunciar a boa nova; quando a boa nova era o seu próprio pupilo, foi a ele a quem foi dado essa tarefa de cuidar amar e proteger o Evangelho vivo, Emanuel, o “Deus conosco” (Is 7,14). Em nenhum momento biblicamente a face de um José missionário nos é apresentado, porém em sua missão de receber Maria como sua esposa, o mesmo recebeu de Deus por sua vez a maior das missões: ser o responsável por amar, com um amor puro e zeloso a Arca da nova aliança, e viver a santidade na santa casa de Nazaré. Missão como a essa altura só poderia ser dada a alguém que trouxesse marcas profundas do céu, certamente muito alimentadas pelo Espírito de Deus e uma vida constante de oração, cujo, alimento principal para qualquer missionário de nossos tempos; tempos pandêmicos que ainda estamos vivendo e nos convida a saírmos de nós mesmos para olharmos e zelarmos pelos nossos irmãos que sofrem as dores de tantas perdas.

O missionário ao olhar São José com olhos da integridade, vê aquele que ama, cuida e protege a humanidade de Deus presente em seu filho Jesus, que é modelo fixo para aqueles que desejam ir ao mundo, adentrar as casas, os corações; pois só quem tem como esteio a humildade e a confiança plena de São José, é legítimo missionário. Para lançar as sementes é preciso acreditar firmemente que elas irão frutificar e que seus frutos serão abundantes e proveitosos, isso é ir pelo mundo, isso é ser Igreja em saída, isso é missão. “Todos somos chamados a essa nova ‘saída’ missionaria” (EG 20). Papa Francisco nos motiva por uma Igreja em saída, assim como se abriu uma janela no Concilio Vaticano II, agora Francisco abre as portas e nos pede: “Ide”, o mesmo Ide que Jesus enviou seus discípulos pelo mundo inteiro (Mc 16,15). O missionário precisa ter os pés no chão e poeiras nas sandálias, ser um caminheiro em busca do povo de Deus; enfrentar noites escuras e perigos nas estradas, como São José ao caminhar por tantas terras em busca da salvação do seu filho e de sua prometida esposa.

A salvação do menino Jesus veio através de José, homem pouco falado nos evangelhos, silencioso e pai na sombra como citado na carta Apostólica “Patris Corde”, mas um Missionário autêntico, mesmo ainda sem conhecer nenhuma de suas palavras conhecemos suas “respostas". Ele nos convida a ouvir o chamado de Deus; nos retirar e ir ao encontro, saindo do comodismo; cuidar daqueles que não são cuidados, mas sim ameaçados; nos pede que sejamos capazes de lembrar profeticamente que ninguém se salva sozinho, que o encontro com o irmão é uma atitude necessária e um ato de verdadeiro amor; que há sempre uma mão a se estender e um caminho a percorrer; afinal somos batizados e enviados. SOMOS MISSIONARIOS DO REINO!

Dom Celso Antônio Marchiori
com a colaboração do Conselho Missionário Diocesano (COMIDI)