09 JUNHO 2023

TEXTO: ANA CAROLINE DE PAULA - EQUIPE DIOCESANA DA PASTORAL LITÚRGICA


Em 2022, o Papa Francisco publica a Carta Apostólica Desiderio Desideravi destinada aos bispos, presbíteros, diáconos, pessoas consagradas e aos fiéis leigos sobre a Formação Litúrgica do Povo de Deus. A fim de apreciar este documento tão relevante para nossa liturgia, no decorrer do mês de maio foram realizados quatro encontros formativos on-line com o Prof. Dr. Felipe Koller.

Durante os encontros conduzidos pelo Padre Rafael Fuchs e o Prof. Felipe foram contempladas as reflexões da Carta e realizadas conversas em grupos sobre o que os participantes estavam assimilando do conteúdo e como enxergavam esta reflexão em suas comunidades, participaram das formações agentes de diversas pastorais.

Antes de adentrar ao conteúdo da Carta, o Prof. Felipe realizou uma contextualização histórica do caminho da Igreja e da liturgia, para onde esta Carta conduz. O professor destaca que este documento é uma forma de “pensar no modo como as nossas comunidades celebram, revisar a vida litúrgica de nossas comunidades para podermos fazer um discernimento de como celebramos e qualificar cada vez mais nossas ações na liturgia, não sendo apenas um documento a mais, mas sim encontrar no documento uma grande diretriz do que a liturgia nos pede hoje [...] e assim encontrar o mistério de Cristo de uma maneira mais autêntica.”

A partir desta contextualização pudemos perceber o que herdamos historicamente da liturgia da Igreja, incluindo as questões de cada tempo da sociedade, e iniciarmos uma leitura mais consciente da Carta tão atual para nós, pois a liturgia nos pede esta atenção emergente, para uma participação ativa, presente, significativa em cada celebração.

Do segundo ao quarto encontro os participantes realizaram reflexões em pequenos grupos, e os relatos foram frutíferos quando ouvimos sobre nossa vida de comunidade, de como muitas coisas foram esclarecidas dos ritos. Nos diálogos destaca-se que mais do que aprender uma série de gestos, palavras, e como fazer algo, é urgente sermos agentes da liturgia em nossas ações mesmo fora de uma celebração, pois a liturgia não é apenas um ato, mas um ressoar da Palavra de Deus em nossas vidas.

O professor trouxe tópicos da Carta que ressaltam que em nossas celebrações temos a experiência de encontrar Cristo nas palavras, nas artes, no silêncio, em todos os gestos. Nossas celebrações são uma ação conjunta da comunidade e do próprio Cristo, que “A plenitude da nossa formação é a conformação a Cristo. Repito: não se trata de um processo mental abstrato, mas de chegar a ser Ele. É esta a finalidade para a qual foi dado o Espírito, cuja ação é sempre e só a de fazer o Corpo de Cristo. É assim com o pão eucarístico, é assim para todos os batizados chamados a tornarem-se cada vez mais aquilo que receberam em dom no Batismo, isto é, a serem membros do Corpo de Cristo.” (DD 41).

Estudar a Carta não nos exime de estudar os demais documentos para a formação litúrgica, mas ela conduz a uma leitura mais aprofundada, mais vivencial do que nos dizem os demais estudos. Foi uma experiência formativa muito valiosa, e que tem como eco os Encontros de Vivência Litúrgica que iniciaram no dia 01 de junho, nos subsetores, um ressoar do que aprendemos nestes encontros.

Esperamos encontrar a todos nestas Vivências para uma Formação Litúrgica contínua, e que juntos possamos dialogar sobre o que o Papa Francisco nos diz na Desiderio Desideravi.