25 JUNHO 2024

PE. DEOLINO PEDRO BALDISSERA, SDS


O relógio e o tempo correm juntos, mas a vida está entre os dois.

O relógio marca o tempo que se conta em minutos, horas e dias. Ele roda dia e noite, dá 24 voltas, retorna ao começo, e, o tempo anda sempre para futuro.

E a vida está dependendo do relógio para deixar o passado e situar-se depressa no tempo presente e porque já já não mais aqui, mas mais diante.

O relógio bate no seu ritmo e o tempo não espera, passa! O relógio às vezes, pára, o tempo, não! ritmado ou não ele vai em frente e a vida corre atrás.

O relógio depende de energia, bateria, o tempo não. Precisamos do relógio para marcar o tempo, mas o tempo vive sem o relógio. No relógio as pessoas acreditam e fazem planos. Há que horas vão sair, há que hora vão voltar.

O tempo vai somando as horas, os dias e os anos. O relógio nos diz se é de manhã, meio dia ou é tarde.

O Relógio controla nossa vida, e nos permite situar no espaço do tempo, enquanto isso o tempo vai nos distanciando da família, deixando para trás a infância, vai nos levando para a vida adulta, a velhice e o tempo da vida vai se encurtando e se esgotando.

O Relógio que depende do tempo continua trabalhando 24 horas por dia, repetindo seus giros por quanto tempo seus ponteiros marcarem as horas. Nós olhamos para seus mostradores e nos situamos no tempo, ... ah são seis horas! tempo de levantar, é hora de ir trabalhar, hora para comer, descansar, levantar e prosseguir.

Os anos passam e o relógio e o tempo trabalhando, somando e diminuindo, somando os números de anos que se passaram, diminuindo o número de anos que a vida tem, enquanto isso o sino toca.

A cada toque o som ecoa longe. Os badalos balançam até alguém acordar com preguiça de se levantar, bendizendo ou maldizendo porque o sono ainda não passou. O sino chama e as pessoas se movem.

O relógio quer mais horas porque tem a ver com a contagem do tempo, e o sino toca enquanto clama por eternidade.

Os sinos das igrejas dizem que é hora de missa. O da tarde vai cantar a Ave Maria, canção que eleva os corações para a mística. É hora de rezar, pensar e refletir, ainda não é ‘hora de dormir”, mas esta vai chegar quando o sino cessa de tocar.

O relógio marca o tempo e o sino aponta para o tempo da eternidade.

No cair da tarde, novamente às seis, ao cantarolar de outra vez a Ave Maria, muita gente ao ouvir, vai sentir nostalgia, e seu coração vai se elevar em oração. Seu espírito vai se em encher de eternidade, porque os ponteiros das seis horas, um vai apontar para o céu, outro para a terra, vão despertar para o tempo presente e para o transcendente.

Então, deixe que o relógio marque as horas, o tempo fique livre, o sino toque as Aves Marias.

Enquanto a vida espera a hora da verdade para chegar ao além, onde não há mais tempo, nem relógio, nem Ave Maria. Só eternidade sem tempo e sem hora, só um agora permanente, sem mudança, eternamente.