12 FEVEREIRO 2025
CNBB SUL 2 | ASSEMBLEIA DOS BIPOS DO PARANÁ | DIOCESE DE SÃO JOSÉ DOS PINHAIS/PR
FONTE E FOTOS: CNBB SUL 2 – Karina de Carvalho Nadal – Jornalista da CNBB Sul 2
A celebração da Solenidade de Nossa Senhora de Lourdes, logo no início da manhã, abriu os trabalhos do 4º dia da Assembleia dos Bispos do Paraná, que acontece em Arapongas (PR), desde o último sábado, 8 de fevereiro. A missa foi presidida pelo bispo de Apucarana, dom Carlos José de Oliveira; ladeado pelo bispo de Ponta Grossa, dom Bruno Elizeu Versari; e pelo bispo auxiliar de Curitiba, dom Adenis Roberto de Oliveira.
Ao concluir sua homilia, dom Carlos salientou que os bispos estão sob o olhar carinhoso de Nossa Senhora. “A ela pedimos que interceda por nós, bispos, para que nunca nos falte o vinho novo, o vinho da alegria. Jesus transformou a água em vinho, mas nos nossos altares, transforma o vinho no seu precioso sangue. Que esse sangue redentor e a intercessão da sempre Virgem Maria nos fortaleçam na alegria e fidelidade ao nosso ministério episcopal, como legítimos sucessores dos apóstolos, neste tempo que nos é dado viver”, afirmou o bispo.
Missão foi um tema central
O tema da missão foi um tema central das discussões no período da manhã. Segundo explicou o bispo auxiliar de Curitiba (PR), dom Reginei José Modolo, a missionariedade é um tema constitutivo da Igreja, pois é da natureza da Igreja ser missionária. “Isso significa que não é possível que a Igreja não seja missionária. Mas sempre é um desafio efetivar, realizar essa missionariedade, que é própria da Igreja. A cada tempo é preciso pensar, projetar, programar para que sejamos realmente uma Igreja missionária”, disse o bispo.
Nesse âmbito, os bispos dialogaram sobre a Missão São Paulo VI, que a Igreja do Paraná mantém no país da Guiné-Bissau, África, desde 2014. Segundo o bispo de Paranavaí (PR) e referencial para a Ação Missionária no Paraná, dom Mário Spaki, os bispos expressaram alegria ao saber que o projeto de assistência a crianças em situação de vulnerabilidade está programado para começar em março deste ano.
“Foram os 50 mil ministros do Paraná que ajudaram para que essa obra fosse possível. Então, é evidente que a missão, para nós, é algo muito grande. Imaginar que a Igreja do Paraná tem uma missão fora do Brasil e todos os bispos ficam felizes porque a missão é a menina dos olhos da Igreja do Paraná”, afirmou dom Mário.
Outro momento de destaque referente a missão, foi o diálogo com a diretora das Pontifícias Obras Missionárias (POM), irmã Regina da Costa Pedro. Ela apresentou as novas diretrizes estratégicas das POM, destacando seus objetivos, valores e metas para os próximos anos. Entre os temas abordados, esteve a Campanha Missionária, principal ação das POM na Igreja do Brasil durante o mês de outubro, cuja animação e fortalecimento continuam sendo prioridades.
“Foi um momento muito importante, porque no ano passado fizemos um trabalho de reestruturação das POM e demos um nome para esse trabalho de “POM em saída”. As POM não existem para ficar em Brasília, mas nosso trabalho é nas igrejas locais, nas dioceses, na ponta, para chegar até as pessoas”, afirmou irmã Regina.
Outro assunto abordado pela religiosa foi o Congresso Americano Missionário (CAM7), que vai acontecer no Brasil em 2029. As dioceses e arquidioceses estão sendo incentivadas a apresentar suas candidaturas para sediar o evento.
“Eu fiquei muito feliz em perceber que existe uma receptividade e, quem sabe, até a possibilidade de uma das arquidioceses ou dioceses do Regional Sul 2 acolher esse grande evento. Isso, para mim, foi um sinal de receptividade que alegra o coração”, disse irmã Regina.
Outros temas em pauta
Ainda no período da manhã, os bispos abordaram o tema da Pastoral Carcerária; dos desafios da Pastoral Indígena e Indigenista, especialmente diante dos conflitos que tem acontecido no Oeste do Paraná; da criação do sindicato patronal da Igreja Católica, que englobará todas as dioceses do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul; e da relação da Igreja com os políticos.
Sobre esse último tema, dom Reginei explicou que a Igreja é apartidária, no entanto deve preocupar-se com o bem comum, com o bem das pessoas e da sociedade, e isso passa pela política. Assim sendo, é preciso auxiliar e estar próximo aos políticos. “Estabelecer proximidade para que os nossos políticos possam ser missionários nesse contexto. Serem missionários no mundo da política, anunciando o Evangelho, os valores cristãos, participando da construção de uma sociedade mais justa, mais solidária, mais conforme o desejo de Nosso Senhor Jesus Cristo, manifestado nas suas palavras e no seu agir”, afirmou dom Reginei.
No período da tarde, os bispos receberam o coordenador e o vice-coordenador da Conferência dos Religiosos do Brasil – Regional Paraná (CRB-PR), padre Ildefonso Salvadego (Missionário de Nossa Senhora da Salette) e o irmão José Augusto Wendler (Marista). Os religiosos apresentaram aos bispos um panorama sobre a presença da Vida Religiosa no Paraná, que está celebrando 70 anos de existência.
Outro assunto sobre o qual os bispos se dedicaram foi a organização da 45ª Assembleia do Povo de Deus, que acontecerá no próximo mês de setembro, em Foz do Iguaçu (PR). Nesse encontro, que reunirá todas as lideranças regionais das pastorais, movimentos e organismos, será iniciado o processo de elaboração das novas diretrizes da ação evangelizadora no Paraná.
Essa primeira assembleia do ano do episcopado paranaense se concluirá na manhã dessa quarta-feira, dia 12 de fevereiro. O episcopado ainda se reunirá mais duas vezes ao longo deste ano: na 62ª Assembleia Geral da CNBB, que acontecerá em Aparecida (SP), nos dias 30 de abril a 9 de maio; e na segunda Assembleia regional, agendada para o mês de setembro, em Foz do Iguaçu (PR).