06 AGOSTO 2025

DIOCESE DE SÃO JOSÉ DOS PINHAIS/PR


No domingo, 03 de agosto, a Capela Divino Espírito Santo, da Paróquia Nossa Senhora do Monte Claro, em São José dos Pinhais, celebrou a Missa Azul, uma celebração especial e adaptada, dedicada às pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), neurodivergentes, com deficiências e mobilidade reduzida. Além deste acolhimento, promove o maior conhecimento de toda a comunidade a respeito das diversidades, e faz com que todos entendam que a Igreja é formada por todas as pessoas, que podem, sim, servir ao Senhor independente de qualquer dificuldade ou especificidade. Presidida pelo pároco Pe. Clayton Scabia, a missa contou com a participação das crianças na liturgia e teve como principal objetivo promover um espaço de fé, inclusão e acolhimento às famílias.

Antes do início da celebração, as crianças participaram de um momento muito especial: rezaram a oração do Santo Anjo e ofereceram rosas a Nossa Senhora, em um gesto de ternura e devoção que emocionou todos os presentes.

A Missa Azul é uma celebração que respeita as limitações de cada pessoa, oferecendo uma experiência espiritual significativa, sem deixar de lado os elementos essenciais da liturgia.

Keli Marciel Gonçalves Baldi, mãe de uma criança autista, falou com emoção sobre o significado da celebração para sua família:

“A Missa Azul é um acolhimento, porque são poucos os lugares que a gente consegue ir e que realmente se preparam para receber a nossa família com cuidado. Apesar das regras e doutrinas da Igreja, ela ainda consegue se moldar para acolher nossos autistas da melhor maneira que ela consegue hoje. Então me sinto acolhida. Venho com minha família sabendo que é um momento abençoado, em que não seremos julgados, nem pelo padre, nem pela comunidade que faz essa missa acontecer.”

Carla Elisa Santos, mãe de uma criança surda, casada com uma pessoa surda, intérprete católica e catequista de surdos, reforçou a importância da celebração para outras famílias:

“Todas as mães precisam saber que a Igreja, a Casa de Deus, está aberta a todos, independentemente da deficiência ou dificuldade, e essa Missa Azul veio justamente para abrilhantar essa acolhida. É uma missa mais breve, respeitando as limitações, mas que não perde a essência: transmite a Palavra de Deus. Então, mães que têm filhos com deficiência: venham para a Casa do Pai, que está sempre de braços abertos para acolher a todos.

Uma das idealizadoras do projeto, Maria da Conceição Matoso Grebogy compartilhou as transformações que tem percebido nas famílias participantes:

“Desde que começamos com a Missa Azul, temos visto nos rostos das famílias, e pelos testemunhos que recebemos, o quanto elas se sentem à vontade aqui. Muitas vezes, elas têm medo de onde levar as crianças, mas aqui encontram liberdade, tranquilidade e conforto para rezar, conversar e viver um momento de intimidade com Deus.”

Maria, que também é mãe atípica, se emociona ao ver a igreja cheia de crianças e adultos que, muitas vezes, são excluídos de outros espaços:

“É um misto de sentimentos. Como mãe atípica e servidora da comunidade, é uma alegria imensa ver as famílias chegando e compartilhando suas histórias conosco. Isso é alegria, é conforto, poque também passamos por isso. Meu filho, às vezes, também não é aceito em determinados lugares. Então vivemos essa realidade e partilhamos das mesmas necessidades. É uma alegria para o nosso coração e para toda a comunidade poder recebê-los aqui.”

A Missa Azul é um testemunho vivo de que a Igreja é, verdadeiramente, casa de todos, onde cada pessoa, com suas singularidades, é bem-vinda e amada.

Setor de Comunicação – Diocese de São José dos Pinhais/PR