
02 OUTUBRO 2025
DIOCESE DE SÃO JOSÉ DOS PINHAIS/PR
O evento foi promovido pela equipe do projeto Ecos de Proteção, com apoio da Diocese de São José dos Pinhais, Farol 1817, Província Marista Brasil Centro-Sul, Centro de Defesa da Infância e Instituto L’hermitage PUCPR.

Em clima de partilha e corresponsabilidade, teve início nesta terça-feira o Ciclo de Diálogos do Ecossistema de Proteção, realizado no Seminário Maria Mãe da Igreja, no centro da cidade de São José dos Pinhais. O encontro reuniu presbíteros, seminaristas e agentes pastorais para refletir sobre a criação de ambientes seguros e a cultura de proteção de crianças, adolescentes e pessoas em situação de vulnerabilidade.
A abertura contou com a participação da professora Bárbara Pimpão do Centro Marista de Defesa da Infância, que apresentou os objetivos do projeto, fruto de mais de um ano de pesquisa, escuta comunitária e articulação pastoral. Ela destacou três eixos que orientam o trabalho: formação em políticas de proteção e ambientes seguros na Igreja, mapeamento da rede de proteção nos municípios da Diocese e comunicação amigável para tratar de um tema tão sensível.

O ponto alto da tarde foi a palestra da professora Carolina Monteiro Orphanopoulos, mestre em Bioética e doutora em Teologia Moral, pesquisadora sobre vulnerabilidade e proteção das infâncias na Igreja. Em sua exposição, Carolina ressaltou que a vulnerabilidade é constitutiva do ser humano, fonte do amor, do cuidado e da confiança, mas também espaço de risco quando não há limites e mecanismos de supervisão.
A professora destacou que a vulnerabilidade é uma condição essencial do ser humano: é nela que se enraízam o amor, o cuidado e a confiança, mas também é nela que surgem os riscos de exploração e violência. Para ela, a verdadeira proteção não significa infantilizar ou superproteger, mas sim empoderar, reconhecer a dignidade e garantir relações sempre responsáveis, proporcionais e supervisionadas. “A pergunta central não é quem é vulnerável, mas como configuramos relações e estruturas para que a vulnerabilidade de todos seja cuidada e não explorada”, afirmou.

O padre Márcio Fernandes, professor da PUCPR, que acompanha o projeto, recordou a importância da pesquisa realizada em todo o território da Diocese como base para os próximos passos. Ele ressaltou que o trabalho não pode ser improvisado, mas precisa se apoiar em dados, escuta das comunidades e articulação com as redes locais de proteção.

O Ciclo de Diálogos “Ecos de Proteção” seguirá nas próximas semanas online com novos encontros: um sobre o mapeamento da rede de proteção e outro sobre comunicação pastoral em temas de vulnerabilidade.
Diocese de São José dos Pinhais/PR
