11 fev 2017 - Cidade do Vaticano (RV) - Ontem, sexta-feira, o Papa Francisco recebeu em audiência na Sala Clementina, no Vaticano, cerca de trezentos participantes do encontro promovido pela Comissão Caridade e Saúde da Conferência Episcopal Italiana, por ocasião dos 20 anos do Departamento Nacional da Pastoral da Saúde e do 25º Dia Mundial do Enfermo, celebrado neste sábado (11/02).

Francisco agradeceu a Deus pelo caminho realizado até hoje em prol da cura integral dos doentes e pela generosidade de muitos homens e mulheres que acolheram o convite de Jesus a visitá-lo na pessoa dos enfermos.
Missão
“Louvamos ao Senhor por muitos profissionais de saúde que com a ciência e a consciência vivem o seu trabalho como uma missão, ministros da vida e partícipes do amor efusivo de Deus Criador. As suas mãos tocam todos os dias a carne sofredora de Cristo e isto é uma grande honra e responsabilidade. Alegramo-nos pela presença de vários voluntários que, com generosidade e competência, trabalham para aliviar e humanizar os longos e difíceis dias de muitos doentes e idosos sozinhos, sobretudo pobres e indigentes.”
Segundo o Papa, “o setor da saúde é aquele em que a cultura do descarte mostra claramente suas consequências dolorosas”.
Vigilância
“Quando a pessoa enferma não é colocada no centro e sua dignidade é desconsiderada, geram comportamentos que podem levar até mesmo a especular sobre as desgraças dos outros. Isso é muito grave! É preciso vigiar, sobretudo quando os pacientes são idosos com uma saúde debilitada, quando sofrem de doenças graves e o tratamento é caro ou quando são particularmente difíceis como no caso de doentes psiquiátricos.”
Para o Santo Padre, um modelo de assistência sanitária que não otimiza os recursos disponíveis corre o risco de produzir descartes humanos. “Otimizar recursos significa usá-los de forma ética e solidária e não penalizar os mais frágeis”, sublinhou.
Dignidade
Francisco destacou que em primeiro lugar está a dignidade inviolável de cada pessoa humana, desde a concepção até a morte natural. “Que não seja somente o dinheiro a orientar as escolhas políticas e administrativas chamadas a salvaguardar o direito à saúde sancionado pela Constituição Italiana, e as escolhas de quem administra as estruturas de tratamento. A pobreza crescente no campo da saúde entre as camadas desfavorecidas da população, devido à dificuldade de acesso aos tratamentos, não deixe ninguém indiferente e se multipliquem os esforços de todos para que os direitos dos vulneráveis sejam tutelados.”
O Papa lembrou também as várias estruturas sanitárias de inspiração cristã, verdadeiras pousadas do Bom samaritano onde os doentes recebem o óleo do consolo e o vinho da esperança. Francisco exortou os participantes "a não hesitar em repensar suas obras caritativas a fim de oferecer um sinal de misericórdia de Deus aos pobres que, com confiança e esperança, batem às portas de suas estruturas".
Consciência
Dentre os objetivos que São João Paulo II deu ao Dia Mundial do Enfermo, além da promoção da cultura da vida, está o de conscientizar as dioceses, comunidades cristãs e famílias religiosas sobre a importância da Pastoral da Saúde.
“Muitos doentes estão nos hospitais, mas muitos estão em casa, sempre sozinhos. Espero que sejam visitados com frequência para que não se sintam excluídos da comunidade e possam experimentar, através de quem os encontra, a presença de Cristo que passa hoje em meio aos doentes no corpo e no espírito. A pior discriminação que sofrem os pobres, e os doentes são pobres de saúde, é a falta de atenção espiritual. Os doentes são membros preciosos da Igreja”, concluiu Francisco.
(MJ)


Rádio Vaticano