17 fev 2017 - Este ano o dia mundial de oração e reflexão contra o tráfico de pessoas lembrou os pequeninos que são vendidos como mercadorias para os mais ignóbeis fins.
A coordenação do Dia Mundial de Oração é assumida pela rede mundial da vida consagrada Talitha Kum, que sem mobiliza contra o tráfico de pessoas, organiza e reúne parceiras com OGNS e movimentos afins a esta luta humana, é profundamente cristã. Neste dia, o Papa Francisco fez memória de Santa Bakhita, que foi traficada como escrava, mesmo explorada e humilhada nunca deixou de rezar e empenhar-se com esperança pela sua libertação, migrando para a Europa onde recebeu o chamado do Senhor, tornando-se freira ajudando assim aos seus irmãos (ãs) de sina. O Papa na mesma ocasião pediu uma oração especial pelos rohingya, grupo étnico expulso de Miammar que perambula de um lugar para outro, vivendo a situação dramática de pessoas torturadas, assassinadas simplesmente por levarem adiante sua fé muçulmana e a sua tradição.
A respeito das crianças traficadas é importante assinalar o crescimento das estatísticas constituindo números alarmantes: 168 milhões em situação de trabalho escravo, das quais 85 milhões em tarefas perigosas como fábricas de vestuário, de fósforos e cigarros laminados à mão. A agricultura é o setor onde mais se concentra o trabalho infantil, alcançando a quantia de aproximadamente 98 milhões de menores.
A UNIFEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância) denuncia que uma de cada dez meninas com menos de 20 anos já foram obrigadas a ter relações sexuais contra a sua vontade. Este mesmo organismo assinala que existem 2 milhões de crianças sujeitas a prostituição e ligados ao mercado da pornografia infantil, um negócio perverso e rentável.
No Brasil este tráfico assume inúmeras conotações tendo como faces mais divulgadas e tristemente conhecidas a exploração laboral e outros como o turismo sexual infantil que é oferecido em folders e folhetos aos viajantes que contratam esses pacotes turísticos. Para terminar, seria pertinente recordar as palavras do mesmo Cristo para essas pessoas que são responsáveis por esta atividade nojenta e iníqua, que trucida as crianças, é bem melhor colocarem uma mó de moinho no pescoço e se atirarem no mar que enfrentarem o juízo justo e santo do Senhor, que abomina o escândalo contra os pequeninos. No combate ao tráfico e toda forma de escravidão infantil! Deus seja louvado!
Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo de Campos (RJ)
Fonte: www.portalcatolico.org.br