29 junho 2017 - Cidade do Vaticano (RV) – A Praça São Pedro amanheceu em festa quinta-feira (29/06) colorida com tapetes de flores de várias confrarias e comunidades que vieram celebrar a Solenidade de São Pedro e Paulo, padroeiros de Roma e alicerces da Igreja.
O Papa Francisco celebrou a missa com os arcebispos metropolitanos nomeados no último ano. São 36 no total, 5 dos quais provenientes do Brasil: Dom Júlio Akamine, de Sorocaba, Dom João José da Costa, de Aracajú, Dom Delson Pereira da Cruz, da Paraíba, Dom Orlando Brandes, de Aparecida, e Dom Geremias Steinmetz, de Londrina (que não estava presente).
Na cerimônia, o Papa abençoou e entregou o pálio aos novos arcebispos. Desde 2015, esta faixa não é mais colocada pessoalmente pelo Papa nos ombros dos arcebispos; a imposição é realizada nas respectivas arquidioceses pelo Núncio Apostólico no país.
O pálio
O pálio é o símbolo do serviço e da promoção da comunhão na própria Província Eclesiástica e na sua comunhão com a Sé Apostólica. Elaborado com lã branca, tem cerca de 5cm de largura e dois apêndices – um na frente e outro nas costas. Possui seis cruzes bordadas em lã preta. É confeccionado pelas monjas beneditinas do Mosteiro de Santa Cecília, em Roma, utilizando a lã de dois cordeiros que são oferecidos ao Papa no dia 21 de janeiro de cada ano na Solenidade de Santa Inês. O pálio passou a ser usado pelos Metropolitanos a partir do século VI, tradição que perdura até aos nossos dias. Nos primeiros séculos do Cristianismo, era exclusivo dos Papas.
A homilia do Papa
A liturgia de hoje oferece três palavras essenciais para a vida do apóstolo: confissão, perseguição, oração. A partir destes termos, o Papa desenvolveu sua homilia.
A confissão
“Quem sou Eu para ti?” é a pergunta que Jesus dirige a todos nós e, de modo particular, a nós Pastores. É a pergunta decisiva, face à qual não valem respostas de circunstância, porque está em jogo a vida: e a pergunta da vida pede uma resposta de vida”. Francisco continuou questionando se somos ‘Seus’ não só por palavras, mas com os fatos e a vida: “Somos cristãos de parlatório, que conversamos sobre como andam as coisas na Igreja e no mundo, ou apóstolos em caminho, que confessam Jesus com a vida, porque O têm no coração?” Quem confessa Jesus, faz como Pedro e Paulo: segue-O até ao fim; não até um certo ponto, mas até ao fim, e segue-O pelo seu caminho, não pelos nossos caminhos, completou.
As perseguições
O Papa passou em seguida à segunda palavra: perseguições. “Também hoje, em várias partes do mundo, por vezes num clima de silêncio – e, não raro, um silêncio cúmplice –, muitos cristãos são marginalizados, caluniados, discriminados, vítimas de violências mesmo mortais, e não raro sem o devido empenho de quem poderia fazer respeitar os seus direitos sagrados”.
A oração
A terceira palavra é oração. Francisco disse: “A vida do apóstolo, que brota da confissão e desagua na oferta, flui dia-a-dia na oração. A oração é a água indispensável que alimenta a esperança e faz crescer a confiança. A oração faz-nos sentir amados e permite-nos amar. Faz-nos avançar nos momentos escuros, porque acende a luz de Deus. Na Igreja, é a oração que nos sustenta a todos e nos faz superar as provações.
Afirmando que “a oração é a força que nos une e sustenta, o remédio contra o isolamento e a autossuficiência que levam à morte espiritual”, o Papa exortou:
“Como é urgente haver, na Igreja, mestres de oração, mas antes de tudo homens e mulheres de oração, que vivem a oração!”.
Delegação ecumênica presente na missa
Concluindo a reflexão, Francisco assegurou aos cardeais e arcebispos que o Senhor estará perto de todos “na opção de viver para o rebanho imitando o Bom Pastor”, e saudou a delegação do Patriarcado Ecumênico enviada pelo “querido Irmão Bartolomeu” em sinal de comunhão apostólica. (CM)
Fonte: Rádio Vaticano