03/10/2017 - Bolonha (RV) – Um dos momentos mais significativos da visita do Papa Francisco a Bolonha foi o encontro com os estudantes, já que a cidade é internacionalmente conhecida por sua milenária Universidade.

 

Há quase mil anos, a Universidade de Bolonha é laboratório de humanismo: aqui o diálogo com as ciências inaugurou uma época e plasmou a cidade. Por isso, Bolonha é chamada ‘a douta’.” Recordando que o primeiro curso da Universidade foi o de Direito, o Papa propôs aos estudantes três direitos que ele considera atuais. O primeiro deles é o “direito à cultura”.
“Não me refiro somente ao sacrossanto direito de todos de ter acesso ao estudo, mas também ao fato de que, especialmente hoje, o direito à cultura significa tutelar a sabedoria, isto é, um saber humano e humanizador. (...) O estudo serve para se fazer perguntas, não para se deixar anestesiar pela banalidade, a buscar o sentido da vida.” Cultura, recordou, é o que cultiva, que faz crescer o humano. Diante de tanto clamor que nos circunda, acrescentou Francisco, hoje não precisamos de quem desabafa gritando, mas de quem promove boa cultura.
O segundo é o “direito à esperança”, isto é, é o direito a não ser cotidianamente invadidos pela retórica do medo e do ódio. “É o direito a não ser submersos pelas frases feitas dos populismos. É o direito a acreditar que o amor verdadeiro não é descartável e que o trabalho não é uma miragem a alcançar, mas uma promessa que deve ser mantida. Que belo seria se as salas das universidades fossem canteiros de esperança, oficinas onde se trabalha por um futuro melhor, onde se aprende a ser responsáveis por si e pelo mundo”, disse Francisco, exortando os jovens a serem artesãos de esperança.
Por fim, o “direito à paz” que, além de um direito, é um dever inscrito no coração da humanidade. O Papa recordou o Papa Bento XV, que foi Bispo justamente de Bolonha, e que 100 anos atrás elevou seu clamor definindo a guerra um “inútil massacre”.
“Invoquemos o ius pacis como direito a todos de resolver os conflitos sem violência. Por isso vamos repetir: nunca mais a guerra, nunca mais contra os outros, nunca mais sem os outros! Que venham à luz os interesses e as tramas, muitas vezes obscuras, de quem fabrica violência, alimentando a corrida às armas e espezinhando a paz com os negócios.” Não se contentem com sonhos pequenos, concluiu o Papa, mas sonhem grande. “Eu também sonho, e não só quando durmo, porque os verdadeiros sonhos se fazem de olhos abertos e se levam avante à luz do sol.

Rádio Vaticano