O Projeto Reiniciação encontra sua fonte mais profunda na tradição da Igreja, especialmente no modelo da Iniciação à Vida Cristã vivido nas comunidades cristãs dos primeiros séculos. Ao se inspirar no catecumenato, o projeto assume a lógica do processo, da escuta, do acompanhamento e da progressividade, reconhecendo que a fé não é só conteúdos, mas uma travessia pessoal e comunitária que exige etapas, ritos, discernimento e testemunho.
A principal referência metodológica e litúrgica é o RICA (Ritual da Iniciação Cristã de Adultos), que, mesmo destinado aos catecúmenos, oferece à Igreja inteira uma pedagogia da fé que valoriza a experiência, os símbolos, o tempo e a conversão contínua. O Projeto Reiniciação traduz essa inspiração para a realidade de quem já é batizado, mas precisa vivenciar de modo renovado o que já recebeu.
O Documento 107 da CNBB, ao propor a Iniciação à Vida Cristã como eixo da ação evangelizadora, afirma que é necessário superar a fragmentação da pastoral e colocar no centro da missão o encontro com Jesus Cristo, vivido em comunidade, celebrado com sentido e transformado em compromisso. O Projeto Reiniciação está totalmente alinhado com esse chamado, ao oferecer uma formação integral às lideranças paroquiais, com base nos tempos inspirados na catequese catecumenal: Querigma, Catecumenato, Iluminação e Mistagogia.
Além disso, o projeto nasce e se desenvolve em plena sintonia com o caminho sinodal proposto pelo Papa Francisco. Em sua Carta ao Povo de Deus e nos documentos preparatórios do Sínodo sobre a Sinodalidade, o Papa insiste na necessidade de uma Igreja que caminha junto, escuta, discerne e aprende com o Espírito. O Projeto Reiniciação não é um material pronto a ser aplicado, mas um caminho feito em conjunto, com escuta, adaptação e comunhão.
A sinodalidade é também método formativo: a conversação espiritual, o discernimento em grupo, a partilha de experiências e a síntese comunitária fazem parte da mística do projeto. Assim, catecumenato e sinodalidade não são apenas inspirações distantes, mas estruturas vivas do processo formativo que está sendo proposto à nossa Diocese.